A
recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de criar o município de Boa
Esperança do Norte trouxe alívio para seus moradores, mas também gerou
preocupações em Nova Ubiratã, um município vizinho que se viu prejudicado pela
divisão territorial. Enquanto a decisão do STF foi fruto de um processo legal e
político longo e complexo, a questão que agora se coloca é como lidar com o
impacto que irá acarretar em Nova Ubiratã.
Nova
Ubiratã arcou com cerca de 80% do novo território de Boa Esperança, o equivalente a aproximadamente
360 mil hectares, Essa mudança
territorial representa um desafio significativo para Nova Ubiratã, uma vez que
a área em questão desempenhou um papel importante em sua economia e recursos
naturais. O município agora enfrenta a tarefa de se adaptar a essa nova
realidade territorial e garantir que sua população e economia continuem a
prosperar.
Os
moradores de Nova Ubiratã expressaram suas preocupações quanto aos impactos
econômicos, sociais e logísticos dessa divisão territorial. A redistribuição
desigual de terras pode afetar a infraestrutura e a capacidade do município de
fornecer serviços públicos essenciais, como educação, saúde e segurança. Além
disso, a economia local pode ser impactada negativamente, uma vez que a área
perdida era uma parte vital para a produção agrícola e o desenvolvimento
econômico.
Nova Ubiratã, um município rico e próspero, fez investimentos
substanciais em financiamentos de longo prazo para impulsionar seu
desenvolvimento. Esses financiamentos sustentaram projetos importantes,
incluindo a conclusão de 100% do asfalto da gestão anterior, com um
investimento de 11 milhões de reais, bem como um financiamento de 8 milhões de
reais da gestão atual na infraestrutura do Jardim Vitória II. Além disso, o
município tem um hospital em fase final de construção, juntamente com o projeto
de melhorias na entrada da cidade, um projeto de mais de 15 milhões de reais. A
perda de grande parte de seu território prejudicaria significativamente a
capacidade de Nova Ubiratã de cumprir esses compromissos e continuar com seus
projetos futuros.
Em uma conversa com o site HiperNotícias, a deputada Janaina Riva disse "A partir do ano que vem agora, a Assembleia tem que cuidar dessa situação. Boa Esperança do Norte sai parte de Sorriso e muita parte de Nova Ubiratã. Até conversei com o prefeito de Nova Ubiratã. A gente vai precisar chamar agora Boa Esperança e ver se a gente consolida o acordo que queríamos fazer antes, pra não inviabilizar Nova Ubiratã, porque perde ali quase 400 mil hectares. É muita coisa. E já tinha um acordo para isso cair pela metade, pelo menos"
Calebe
Francio, um dos líderes de Boa Esperança do Norte que tem acompanhado essa briga
judicial ao longo dos anos, conversou com o site ImpactoMT e expressou sua posição sobre a situação. Ele
destacou que, embora tenham tentado buscar um acordo com Nova Ubiratã no
passado, não conseguiram obter sucesso. No entanto, ele enfatizou que Boa
Esperança do Norte está de portas abertas para receber Nova Ubiratã para o
diálogo, buscando uma solução que beneficie ambas as partes e encerre o impasse
de maneira amigável.
O prefeito de Nova Ubiratã Neninho disse a importância de agir
prontamente assim que a decisão do STF for homologada. Ele reconheceu que, como
líder, tem a responsabilidade de buscar recursos para que Nova Ubiratã não
fique inviabilizado devido à divisão territorial. Neninho está ciente de que o
tempo é curto, mas destacou que já se reuniu com líderes de Nova Ubiratã e que
Nova Ubiratã não é contra a emancipação de Boa Esperança, nunca foi.
Em
uma conversa com o site ImpactoMT, Neninho disse que o impasse territorial
precisa ser resolvido o mais rápido possível. Ele ressaltou que tem certeza de
que pode ser encontrada uma nova medida territorial que beneficie ambas as
partes. O prefeito está determinado a buscar uma solução que encerre o impasse
de forma amigável, permitindo que ambas as cidades saiam beneficiadas desse
processo, Neninho também ressaltou que irá fazer um pronunciamento de forma oficial pelas redes sociais da Prefeitura Municipal De Nova Ubiratã.
Ari Antônio Basso, Presidente da Câmara de Nova
Ubiratã, também se posicionou sofre poder colaborar nas negociações “me sinto
preparado para intermediar, por meio do diálogo, um possível acordo entre Boa
Esperança do Norte e Nova Ubiratã. Acredito que é fundamental olharmos para o
futuro e considerar o que é melhor para ambas as cidades”
Buscamos também informações sobre a situação ao entrar em
contato com o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, o prefeito municipal de
Sorriso, Ari Lafin, e o presidente da Câmara Municipal de Sorriso, Yago Mella ,os principais nomes da politica de Matogrosso envolvidos nesse imbróglio que dura mais de 20 anos, mas até o momento da publicação desta matéria, não haviam dado retorno
Além
disso, é importante notar que Sorriso, a cidade-mãe de Boa Esperança do Norte,
nesta decisão do STF só iria arcar com 20% da área adquirida de Boa Esperança,
uma decisão que convém para a capital do Agro.
Sorriso,
conhecida como "Capital do Agro” é a maior produtora de soja do Brasil. No
entanto, Nova Ubiratã, que é a segunda maior produtora do Mato Grosso, tem
potencial para ultrapassar Sorriso nos próximos anos. Com a nova divisão
territorial, Sorriso enfrenta o desafio de manter sua posição como líder na
produção de soja, enquanto Nova Ubiratã busca consolidar seu crescimento.
O
desenrolar dessa situação e as negociações em andamento continuarão a ser
acompanhados de perto por todas as partes interessadas, na esperança de
encontrar uma solução que beneficie tanto Boa Esperança do Norte quanto Nova
Ubiratã e encerre esse impasse de forma satisfatória.
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