12 de maio de 2025
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Grupo Produzir planeja futuro após concluir recuperação judicial

AGRONEGÓCIO
quinta, 18 de fevereiro de 2021

O Grupo Produzir, que pertence à família Pinesso, encerrou em 20 de janeiro o processo de recuperação judicial iniciado em 2015. Um dos maiores produtores de grãos e fibras do país na época, o grupo tinha então uma dívida de R$ 630 milhões, o que o fez recorrer ao mecanismo que depois seria utilizado por outras grandes companhias do segmento, como o Grupo JPupin. Com as cotações de grãos nas alturas, o grupo faz planos para voltar a crescer.


“Perdemos o sobrenome da RJ”, comemorou o CEO do grupo, Bruno Goellner. “Estamos com um projeto de retomada de crescimento. O melhor de tudo é que o grupo saiu fortalecido”, disse o executivo ao Valor.

No ano passado, o faturamento do Grupo Produzir foi de R$ 436 milhões, 10,1% (R$ 40 milhões) a mais que no ano anterior.


Parte do êxito na recuperação judicial se deve ao fato de que as dívidas do grupo foram renegociadas considerando a cotação do dólar de R$ 3,14 e convertida em reais. No fim do ano passado, o débito caiu para R$ 218 milhões. Com isso, foi possível reduzir a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda), que era de 72 vezes, para 3,2 vezes.


Em 2015, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 13 milhões. No ano passado, alcançou R$ 70 milhões.

“Ter negociado com os credores e congelado o dólar nesse patamar foi crucial para que o plano fosse cumprido”, afirmou Goellner.



O executivo assumiu o posto em abril de 2014, pouco antes do começo do processo. O grupo deu início à profissionalização de sua gestão depois de mais de 20 anos capitaneado Gilson Pinesso, que chegou a presidir o conselho de administração.


Criado em 1955, o grupo tinha um faturamento anual de R$ 550 milhões, em média. Seus problemas ocorreram na esteira da quebra da safra 2012/13, do aumento do dólar e das taxas de juros e da queda nos preços das commodities no mercado internacional.


O plano de recuperação foi aprovado pelos credores em 2016. Dois anos depois, ganhou um aditivo, que ampliou o prazo de pagamento para 20 anos e determinou um deságio de 30%.


Na prática, o grupo deve seguir cumprindo o plano, mas sem a fiscalização do judiciário, explicou a advogada do grupo, Camila Somadossi, do escritório Finocchio e Ustra Advogados.


No processo de reestruturação, o grupo se desfez de 18 mil hectares, sendo uma fazenda de 5,7 mil hectares e o restante a devolução de áreas arrendadas. Outras duas unidades estão em fase final de acordo para venda.


Hoje, o Produzir conta com 147 mil hectares, dos quais 100 mil destinados à produção de grãos em quatro fazendas em Mato Grosso do Sul, duas em Mato Grosso e uma no Piauí. O grupo produz ainda 170 mil cabeças de suínos por ano, em duas unidades, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde também tem três revendas de máquinas agrícolas.


Na safra 2020/21, o grupo semeou 20 mil hectares de milho, 48 mil hectares de soja e 14,5 mil hectares de algodão. Da produção esperada, 90% da soja foi negociada com o câmbio a R$ 5,50, 70% do algodão e 70% do milho.


Para 2021/22, 15% do algodão já foi vendido antecipadamente e 20% da safra do cereal, com valores de R$ 130 a saca de milho e 78 centavos a R$ 1,30 a arroba da pluma. Da safra de soja, 15% (ou 450 mil sacas) foram negociadas antecipadamente, a R$ 140 a saca, em média.

“Os preços estão fantásticos”, destacou Goellner. Ele também disse que pretende antecipar o pagamento de credores sem tomar novos empréstimos.

"Vamos começar a ter sobra de caixa para arrendar novas áreas. Temos maquinário e estrutura de armazenamento ociosa que nos permitirá crescer. O grande salto deve ocorrer em 2022”, projeta.



- É com imensa satisfação que o Grupo Produzir anuncia o fim da recuperação judicial ocorrida em 20 de janeiro de 2021, o que lhe permitirá iniciar uma nova fase de crescimento. O Grupo agradece todos clientes, fornecedores, parceiros e colaboradores que confiaram na empresa nesta fase de reestruturação. Reforçamos que o Grupo permanece empenhado para essa nova etapa, graças à parceria e apoio de todos. Elevamos o nosso carinho e nosso muito obrigado. Aproveitamos e compartilhamos a reportagem do valor econômico divulgado no dia 05 de fevereiro de 2021.






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TEXTO: Assessoria
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