Regivaldo Batista Cardoso, pai e marido das vítimas da chacina de Sorriso, disse ao canal do jornalista Beto Ribeiro que não sabe o que faria se ficasse frente a frente com o assassino de sua esposa e filhas. Regivaldo disse que sente ódio pelo criminoso, que pensa em matá-lo e que não tem mais nada a perder.

“É complicado você falar em perdoar. Eu sei, às vezes eu penso: ‘Senhor, eu preciso perdoar’. Lógico, não vai ser meu amigo, jamais. Eu perdoo internamente, mas a vontade é de matar também”, disse na entrevista de mais de uma hora.

“Eu não tenho mais nada o que perder, mas é como eu te falo, eu não sei a minha reação”, acrescentou Regivaldo.

Pai e marido das vítimas, Regivaldo disse que ainda vai à terapia às vezes e que sua cabeça fica embaralhada por causa do ódio que sente por Gilberto Rodrigues dos Anjos, bandido que destruiu sua família.

“Eu sinto ódio dele, não vou negar para você, não. Eu sou cristão, isso me abala muito. A Bíblia diz que a gente tem que perdoar, mas nesse sentido é uma coisa difícil. É complica, uma coisa que está embaralhando a minha mente, está me deixando maluco”, afirmou.

“Lógico que a justiça está sendo feita, vai ser condenado, nunca mais vai sair da cadeia se Deus quiser, mas é difícil. Eu nunca encostei o dedo nas minhas filhas para machucar elas, nunca fui de bater, não precisava disso”, acrescentou.

Gilberto é assassino confesso de Clecy Calvi Cardoso, 46 anos; e suas filhas Miliani Calvi Cardoso, 19 anos; Manuela Calvi Cardoso, 13; Melissa Calvi Cardoso, 10 anos. O crime aconteceu na sexta-feira (24), mas os corpos só foram encontrados nesta segunda-feira (27), no mesmo dia que Gilberto foi preso.

No depoimento, ele deu detalhes à polícia. O criminoso contou que invadiu a residência das vítimas na noite de sexta-feira (24) e ficou até a madrugada de sábado (25).

Durante a ação, o criminoso estuprou a mulher e as filhas mais velhas, de 19 e 13 anos, enquanto elas ainda agonizavam após serem esfaqueadas por ele.